08 maio, 2011

Joel-Peter Witkin

O que é tão próprio do homem que,pleno de caráter humano,
ofende o próprio homem?
O que, ainda que natural do homem,
transbordante de humanidade,
é um espelho tão aviltante,
que o homem não se reconhece lá?
É uma tal dilacerada e nua verdade,
que derruba o pobre homem, escandalizado
ante o absurdo da natureza humana.
É daí que nasce no homem
o pavor de encarar a si mesmo,
que ofendido por ser homem,
numa negação de criança,
dá a tudo que é humano em excesso
o epíteto de desumano.

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