25 fevereiro, 2011

Ode ao Peripatus

Um vermiforme terrestre
E bilateral segmentado,
Onicóforo aveludado,
Em balística perito-mestre
Cuja peripécia é lançar jatos
Em desavisados vaga-lumes
Que ele devora grudados
Em suas caçadas impunes.
Em nossa metade austral
É um perilustre animal,
Sendo da noite voraz
Um tigre das miudezas,
De longa barriga lilás
E vinte pares de pernas.
A ti que levas nome honrado
De aristotélica síntese,
Faço-te esta perífrase,
Peripatus ou Perípato.
Se quisesse a periegese
De onde vive o Peripatus
Nem lhe faria a perístase,
Bastando citar os estratos
Sob as folhas sobre o chão
Dos mais aquosos matos
Sob arbórea formação,
E ainda com sorte avistado
É seu delgado dorso azul
No mais escuro perídromo
De suburbano perímetro
Em nosso hemisfério sul.
Distribuído perigual,
Possui parentes períscios,
No perímetro meridional
Australianos periecos.
Pratica amor assim exótico,
Sem orifício específico,
Toda a amada é alvo profícuo,
Seu melhor objetivo erótico.
Tu que venceu perigos,
Remanesceu remotos períodos,
E sofre a perigosidade
Em que periga em perecer
Por culpa de humanidade,
Não te deixarei esquecer,
Pois ainda que perituro
Ou que recorra a perícope,
Podes saber que juro
Que contra o Homem míope
Peripatetizarei sobre ti,
Fenômeno da biologia,
Resumo da vida em si.
Só perdoe a periergia,
Mas quando o périplo fazes
De qualquer vulgar periferia,
É de tal elegante peristalse
Que periclito em perissologia.

Um comentário:

  1. Rapaz , Rapaz!

    Quando eu li seu outro poema achei que vc tinha ficada tarado!

    Agora sei que vc ficou louco mesmo!


    Abração!

    Luiz Felipe

    ResponderExcluir