05 setembro, 2010

O olho de vidro do professor

Vem ele, o esquerdo seguindo o que ninguém vê, um passarinho hipotético congelado numa prótese esférica e baça, o direito mira impiedoso: Vocês não estudaram nada? Vai ter outro teste no final da aula! Será possível que vocês não conseguem acertar um probleminha desses? Eu tô ensinando um monte de mongolóides? Vocês não têm disciplina?

Professor, eu posso ir no banheiro?

Não, aguenta, moleque!

“Frita o peixe vigiando o gato!”

Burrice tem limite, dona Débora! Você viu o que escreveu no seu teste? Eu vou ler pra turma toda poder rir com as pérolas da senhora.

“Ciclope safado!”

Presta atenção, senhor Pedro! Isso aqui não é parque de diversões, deixa de olhar pela janela, você tem que prestar atenção é no que eu digo, e só! Tá procurando o quê, a mamãezinha com leitinho morno? Você não está na sua casa, rapaz.

“Ah, se eu tivesse coragem: Professor, empresta esse seu olho pra eu jogar uma birosca?”

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