O que é tão próprio do homem que,

pleno de caráter humano,

ofende o próprio homem?

O que, ainda que natural do homem,

transbordante de humanidade,

é um espelho tão aviltante,

que o homem não se reconhece lá?

É uma tal dilacerada e nua verdade,

que derruba o pobre homem, escandalizado

ante o absurdo da natureza humana.

É daí que nasce no homem

o pavor de encarar a si mesmo,

que ofendido por ser homem,

numa negação de criança,

dá a tudo que é humano em excesso

o epíteto de desumano.
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