Hora-certa era um mendigo que não se destacaria de nenhum outro se não fosse por uma mania: acompanhava todos os enterros no cemitério, religiosamente. Era o folclore da região, juntava a molecada para ver Hora-certa chorar o morto – e ele chorava bem, pesaroso e inconformado. Tinha até quem brincava com ele: Quando eu morrer quero te ver lá, Hora-certa.
Quando morreu o ex-prefeito, figurão famoso, os parentes não quiseram deixar Hora-certa assistir. Assim que ele apontou na rua, foram fechando os portões do cemitério. Chegando ao portão fechado ele olhou, margeou o muro, espiou pelas grades e voltou a esperar do lado de fora. Quando viu que ninguém ia abrir para ele, gritou:
– Enfia esse defunto no cu! – e foi-se.
Quando morreu o ex-prefeito, figurão famoso, os parentes não quiseram deixar Hora-certa assistir. Assim que ele apontou na rua, foram fechando os portões do cemitério. Chegando ao portão fechado ele olhou, margeou o muro, espiou pelas grades e voltou a esperar do lado de fora. Quando viu que ninguém ia abrir para ele, gritou:
– Enfia esse defunto no cu! – e foi-se.
Rapaz !
ResponderExcluirAconteceu isso lá no Carmo. Foi mas ou menos assim.
Abração!
Luiz Felipe
Adorei!
ResponderExcluirFigurões não o merecem!